Arquivo diários:18 de julho de 2016

Narradores de Javé

 

A preservação do patrimônio é a salvaguarda de bens (materiais ou imateriais) que documentam a história e fazem parte da memória de um povo. A história e a memória norteiam a identificação cultural do indivíduo com seu meio.

O conceito de patrimônio histórico representa o reconhecimento do bem como um fato importante para documentar ou caracterizar uma cultura. É demonstrada também a necessidade de perpetuação do conhecimento à respeito do patrimônio a fim de preservá-lo. Sobretudo, a preservação permite às gerações futuras a livre interpretação em relação ao conjunto de informações (artísticas, técnicas, estéticas e históricas) emitidas pelo bem.

O patrimônio pode ser, muitas vezes, reconhecido, mas não teorizado ou documentado, com necessidade de salvaguarda quase “intuitiva”. Porém, o reconhecimento legal pode conferir maior garantia de preservação. A documentação do patrimônio ou a conservação física (no caso de materiais) não são suficientes para a salvaguarda. É preciso que o conceito de identificação seja transmitido através da tradição ou educação patrimonial. A apropriação popular é fundamental para que um elemento cultural seja ou não considerado um patrimônio.

A preservação física de bens materiais, não garante a perenidade apropriação cultural. A geração presente também deve pensar no usufruto de seu espaço e de seus bens. A adaptação de um espaço às necessidades contemporâneas requer, a todo o tempo, critérios e análises daquilo que pode interferir profundamente na memória visual do indivíduo e os possíveis ganhos com a modernização.

Sabe-se que as sociedades estão em constante mudança e não se pode parar o tempo.  O “progresso” pode ser benéfico ao trazer comodidades, e pode ser maléfico quando não avaliados os impactos ambientais e sociais. Não há uma solução única que se encaixe em todos os casos. Portanto, deve haver consenso entre a população e os poderes governamentais que podem interferir em um determinado espaço. De tal modo, os mecanismos de registro de elementos culturais deveriam ser obrigatoriamente utilizados.

Texto de: Savilly Buttros

Rita Cancela

 

REFERÊNCIAS

BRANDI, C. Teoria del restauro. Turim: Einaudi, 1963.